Master Retífica de Motores

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quinta-feira, 16 de março de 2017

JUNTA DE CABEÇOTE QUEIMADA


Muita gente , incluindo profissionais da área , tem até hoje a mania de dizer que a junta queimou devido o cabeçote estar empenado e que isso causou um super aquecimento no motor ;
Oque ocorre na verdade é o contrário " O CABEÇOTE EMPENA QUANDO O MOTOR AQUECE DEMAIS " .
Portanto ,quando for necessário retirar o cabeçote para plainar por estar empenado deve-se também verificar o motivo do motor ter aquecido demais e deformado sua face , tais como :
- Válvula termostática travada fechada
- Bomba d'água ruim
- Pouca água no radiador
- Aperto (Torque) irregular nos parafusos de fixação do cabeçote
- Parafusos de fixação do cabeçote fora de especificação e ou esticados
- junta do cabeçote de má qualidade
- Radiador entupido
- Manqueiras e selos d'água furados ou rompidos
Ao retirar o cabeçote ele deve ser encaminhado à uma retífica que irá plainar sua face para corrigir o empeno ; Cabe a retifica também conferir se não existe corrosão nas passagens de água , , realizar teste de trincas e conferir o possível ressecamento dos retentores de válvulas por exemplo .
Ao remontar o cabeçote o mecânico deve :
- Conferir a face do bloco e limpa-la adequadamente
- Conferir as roscas no bloco ( água , óleo e vários outros resíduos podem ficar depositados no fundo das roscas e calçar os parafusos evitando o aperto correto do cabeçote )
- Utilizar juntas de qualidade ( Infelizmente existe muita autopeça de má qualidade no mercado )
- Substituir todos os parafusos de fixação do cabeçote
- Aplicar o aperto (torque) nos parafusos de fixação do cabeçote seguindo as especificações da montadora ou do fabricante da junta utilizada e utilizando um torquímetro .
Vale ainda ressaltar que ao sofrer um aquecimento excessivo não é somente o cabeçote que sofre danos no motor , todos os componentes podem ser afetados e cabe ao profissional que esta realizando a manutenção analisar todas as possíveis consequencias e orientar devidamente seu cliente , proprietário do veículo .

quarta-feira, 8 de março de 2017

COMO FUNCIONA O PROCESSO DE RETIFICAR UM MOTOR ?


1- MÃO DE OBRA DO MECÂNICO :
- RETIRAR , DESMONTAR , ENVIAR O MOTOR PARA A RETÍFICA , REMONTAR , INSTALAR NO VEÍCULO E REGULAR O SISTEMA DE INJEÇÃO DE COMBUSTÍVEL , SEJA ELE CARBURADO OU INJEÇÃO ELETRÔNICA.
2- RETÍFICA ( USINAGEM DO MOTOR ) :
- COM O TEMPO DE USO É NATURAL O DESGASTE DAS PARTES METÁLICAS QUE TRABALHAM EM ATRITO DENTRO DO MOTOR , MESMO COM OS SISTEMAS DE LUBRIFICAÇÃO E ARREFECIMENTO ( REFRIGERAÇÃO ) FUNCIONANDO PERFEITAMENTE UM DIA O DESGASTE DE CILINDROS , ANÉIS , BRONZINAS , etc ... VAI ACONTECER .
A FUNÇÃO DA RETÍFICA É CORRIGIR ESSES DESGASTES USINANDO PEÇAS COMO BLOCO , VIRABREQUIM , BIELAS E CABEÇOTE PARA SOBRE MEDIDAS QUE SÃO PRÉ DETERMINADAS PELAS MONTADORAS , FABRICANTES DE AUTO PEÇAS E MOTORES PARA QUE O MOTOR POSSA SER REMONTADO COM AS PEÇAS NOVAS .
3- PEÇAS NOVAS :
- PISTÕES , ANÉIS , BRONZINAS , JUNTAS , BOMBA D'ÁGUA E DE BOMBA ÓLEO... SÃO COMPONENTES QUE "NÃO DEVEM SER REAPROVEITADOS" ( EMBORA SEJA CORRIQUEIRO ISSO ACONTECER NO MERCADO É ERRADO ) E RESPONDEM PELA MAIOR PARTE DO CUSTO TOTAL PARA RETIFICAR O MOTOR .
4- GARANTIA :
- HOJE É LEI QUE A GARANTIA É OBRIGAÇÃO DE QUEM MONTOU O MOTOR , POIS QUEM MONTA TEM COMO OBRIGAÇÃO CONFERIR AS MEDIDAS E CORRETA APLICAÇÃO DAS PEÇAS NOVAS QUE CHEGAM DAS AUTO PEÇAS E TAMBÉM AS MEDIDAS DAS PEÇAS USINADAS NA RETÍFICA ; ALÉM DO PROCESSO DE LIMPEZA QUE DEVE SER "RIGOROSO" POIS AS PEÇAS USINADAS NA RETÍFICA VOLTAM COM MUITO RESÍDUO DE PÓ METÁLICO E OUTROS ABRASIVOS , AS PEÇAS NOVAS , MESMO EMBALADAS , TAMBÉM DEVEM SER LIMPAS ANTES DA MONTAGEM DO MOTOR .
A GARANTIA DAS PEÇAS NOVAS CABEM AO LOJISTA E OU FABRICANTE QUANDO O DEFEITO ESTA NA FABRICAÇÃO DO COMPONENTE , MUITAS VEZES SÓ DETECTÁVEL DURANTE O FUNCIONAMENTO DO MOTOR .
A GARANTIA DA RETÍFICA É APLICADA NA CORREÇÃO DAS MEDIDAS ERRONEAMENTE USINADAS E TROCA DAS PEÇAS NOVAS QUE DEPENDIAM DESSAS MEDIDAS PARA SEREM ESPECIFICADAS AO FORNECEDOR DESDE QUE O ERRO SEJA DETECTADO ANTES DA MONTAGEM PELO MONTADOR .
CONCLUINDO :
RETIFICAR UM MOTOR DA MANEIRA CORRETA É UM PROCESSO CARO E DIVIDIDO EM VARIAS ETAPAS E DEVE SER CUIDADOSAMENTE ANALISADO ANTES DE SER INICIADO E INFELIZMENTE A MAIORIA DOS PROFISSIONAIS NO MERCADO NÃO ORIENTA OS PROPRIETÁRIOS DE VEÍCULOS CORRETAMENTE O LEVANDO A PREJUISOS QUE PODERIAM SER EVITADOS
NORMALMENTE O MECÂNICO QUE CUIDA DE TODO OU QUASE TODO O PROCESSO , OUTROS PEDEM O MOTOR MONTADO PELA RETÍFICA E ALGUNS DEIXAM TUDO NA MÃO DO PRÓPRIO CLIENTE , MUITAS VEZES NA INTENÇÃO DE LIVRAR-SE DE QUALQUER RESPONSABILIDADE MAS INDEPENDENTE DO MODO DE TRABALHAR É ESSENCIAL ACOMPANHAR TUDO E INFORMAR-SE DE COMO SEU MOTOR ESTA SENDO CUIDADO !!!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012


Princípio de Funcionamento do Motor a Combustão Interna Ciclo Otto

Postado em: 03/2009

2008-bmw-x6-sports-activity-coupe-engine-1920x1440
O motor a combustão interna ciclo Otto é uma máquina que trabalha com os princípios da termodinâmica e com os conceitos de compressão e expansão de fluidos gasosos para gerar força e movimento rotativo. Criado e patenteado por Nikolaus August Otto, por volta do ano de 1866, este motor funciona com um ciclo de quatro tempos e os mesmos princípios até os dias atuais.
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[Imagem: Copyright Serious Wheels]
Esta máquina geradora de força motriz vem evoluindo gradativamente com o avanço da tecnologia e novos estudos aplicados a materiais e combustíveis com o objetivo de deixá-lo com uma eficiência energética maior. Em outras matérias vimos que o motor é composto de vários componentes e estudamos sua função e aplicação no motor, agora é o momento de juntarmos todas as peças e fazer o motor funcionar entendendo o princípio de funcionamento.
O motor de combustão interna é uma máquina que absorve ou admite o ar da atmosfera, o combustível do tanque, une estes dois elementos formando a mistura proporcional de ar mais combustível o mais ideal possível e comprime a mesma em um local denominado câmara de combustão. Depois que esta mistura está comprimida pelo pistão na câmara de combustão o sistema de ignição, sincronizado com o motor, gera uma centelha elétrica nas velas que estão rosqueadas dentro da câmara inflamando a mistura, gerando uma explosão e conseqüentemente um deslocamento de massa empurrando o pistão para baixo e gerando força, torque e movimento rotativo. Quando este processo ocorre é finalizado com a expulsão dos gases queimados para fora do motor. Na verdade o que acabamos de ver foi o princípio de funcionamento do motor com o ciclo de quatro tempos, mas agora, vamos ver este processo mais detalhado analisando as ilustrações com os quatro tempos bem definidos e verificando o funcionamento ligando ao estudo aos componentes do motor.
1° tempo do motor, admissão; vamos entender que neste momento o motor está desligado pronto para receber o movimento inicial do motor de partida que está acoplado ao motor a combustão. Neste mesmo momento vamos colocar o pistão que está ligado à biela e posteriormente ao virabrequim em uma posição na qual conhecemos como P.M.S., ponto morto superior, é o curso máximo que o pistão alcança ao subir dentro do cilindro. Temos que entender também que o eixo virabrequim está ligado e sincronizado com o eixo comando de válvulas através de uma correia dentada, então dizemos, que a parte de baixo do motor que corresponde as peças que estejam dentro do bloco como virabrequim, bielas e pistões estão sincronizados com a parte de cima do motor que corresponde ao cabeçote e suas peças. Neste momento vamos ligar o motor de arranque que se acopla ao volante do motor que também está ligado ao virabrequim e o motor de combustão interna começa a girar. O virabrequim girando começa a movimentar a biela e conseqüentemente o pistão que está no P.M.S. e desce para o P.M.I., ponto morto inferior, que é o curso máximo que o pistão alcança ao descer dentro do cilindro. Como o virabrequim está ligado ao comando de válvulas, este por sua vez começa a acionar, através do “came”, a válvula de admissão no cabeçote permitindo a passagem de ar e combustível vindos do coletor de admissão passando pelos dutos internos do cabeçote. Desta maneira o pistão que está descendo cria uma sucção e aspira o ar mais combustível para o interior do cilindro até que o pistão chegue ao P.M.I. completando o 1° tempo e 180° graus, meia volta do motor.
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2° tempo do motor, compressão; quando o pistão inverte o sentido de movimento começa a subir do P.M.I. em direção ao P.M.S. dando início ao segundo tempo do motor. A medida que o virabrequim vai girando empurrando a biela e conseqüentemente o pistão para a parte superior do cilindro, a mistura de ar mais combustível vai sendo comprimida no interior do cilindro e o comando de válvula que antes tinha o seu ressalto ou “came” pressionando a válvula à descer agora passa por ela e mola de válvula retorna a mesma vedando a parte interna do cilindro. Devemos observar que existe uma determinada folga dimensional entre cilindro e pistão para que o mesmo possa deslizar dentro do cilindro, porém, a mistura não pode escapar por esta folga entrando em cena a atuação dos anéis de segmento que vedam esta passagem. Quando o pistão chega ao seu curso máximo, P.M.S., a mistura está toda comprimida sem ter por onde escapar, pois as válvulas estão fechadas e os anéis vedando, então todo o volume aspirado no tempo anterior agora está pressurizado na câmara de combustão finalizando o segundo tempo e completando uma volta completa do virabrequim 360°.
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3° tempo do motor, Explosão; agora com o fim do segundo tempo o pistão não tem outra saída a não ser de inverter  novamente o sentido de movimento do P.M.S. para o P.M.I., só que agora contando  com uma força extra. A mistura comprimida na câmara de combustão recebe uma centelha ou faísca da vela, ocorre um deslocamento de massa devido à explosão dentro da câmara, o pistão é forçado a descer empurrado pela expansão dos gases, com isso, o pistão se desloca do P.M.S. para o P.M.I., mantendo ainda as válvulas do cabeçote fechadas, já que o comando de válvulas não está com nenhum ressalto tocando as válvulas. Na verdade, o terceiro tempo do motor é considerado o principal tempo porque é neste tempo que o motor gera força motriz e torque que será transmitido as rodas por meio de rotação. Quando o pistão chega ao ponto morto inferior P.M.I. encerra-se o terceiro tempo do motor e o virabrequim completa uma volta e meia 540°.
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4° tempo do motor, escape; o motor admitiu a mistura no primeiro tempo, comprimiu e explodiu no segundo e terceiro tempo, agora é a vez de colocar os gases  resultantes da queima para fora do motor. Neste caso, temos o pistão no fim do terceiro tempo na posição P.M.I., pronto para iniciar o quarto tempo. O comando de válvulas está sincronizado com o virabrequim e o seu ressalto começa a tocar a válvula de escape e o pistão começa a subir empurrando a mistura queimada em direção dos dutos do cabeçote e coletor de escape. Quando o pistão alcança o P.M.S. os gases que se encontravam dentro do cilindro foram expulsos para fora limpando o cilindro, o comando de válvulas encerra sua ação sobre a válvula de escape. Neste momento se encerra o quarto tempo com o motor completando duas voltas 720°. Temos agora um ciclo completo do motor quatro tempos ciclo Otto e enquanto o motor estiver ligado e funcionando este ciclo se repete todas às vezes. No final do quarto tempo do motor o pistão se encontra em P.M.S., exatamente pronto para se iniciar o primeiro tempo novamente quando o mesmo se deslocará para o P.M.I. com o ressalto ou “came” do comando abrindo a válvula de admissão, e assim por diante, dando continuidade a todos os tempos do motor de combustão interna ciclo Otto.
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Texto: Gionei da Rocha
Imagem: Alan W. Spring

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

REGULAGEM GERAL DO MOTOR WILLYS 6 Cilindros BF-161

Um motor bem regulado funciona melhor e economiza combustível então vale a pena manter o motor sempre regulado. Descrevemos como fazer a regulagem geral do motor Willys 6 cilindros em sete etapas seguindo os procedimentos do Manual do Mecânico Willys de onde transcrevemos a maior parte do texto. Esta regulagem era recomendado para a Rural Willys a cada 10.000km ou pelo menos duas veses por ano. Sugiro regular o carburador a cada 6 meses ou sempre que mudar o teor de álcool na gasolina vendida nos postos de combustível ou quando você viaja para uma região com gasolina diferente. Para regular o motor são necessários algumas ferramentas e instrumentos especiais e conhecimentos básicos de reparo e montagem de motores. Vale a pena lavar o motor antes de iniciar a regulagem para evitar a entrada de sujeira no motor. O motor 6 cilindros da Rural é um dos motores mais fáceis de regular devido ao fácil acesso.


ITEM FERRAMENTAS ESPECIAIS E MATERIAL NECESSÁRIO

1 Lampada de ponto (estroboscópica)

2 Manômetro para medição da compressão dos cilindros

3 Manômetro para pressão da bomba de gasolina

4 Chave de vela 13/16" (21mm)

5 Jogo de laminas de calibre para ajustar o platinado e velas

6 Escova de aço para limpar velas

7 Óleo de motor SAE-30 para o filtro de ar

8 Ar comprimido

9 Solvente (ex: querozene)

10 Dinsímetro de bateria (apenas para baterias convencionais)

11 Lima para eletrodos de velas

12 Maquina para limpeza abrasiva de velas

13 Voltímetro

14 Medidor de capacitância (pode ser multiteste especial)







1 - BATERIA E CABOS



Começe a regulagem verificando a bateria e os cabos elétricos.


- Limpe os bornes da bateria e respectivos cabos

- Se houver sulfatação nos bornes, lave-os com uma solução forte de bicarbonato de sódio.

- Aperte os terminais dos cabos.

- Examine, limpe e aperte as conexão do cabo terra da bateria.

- Faça o mesmo com o cabo terra do motor (malha de cobre que liga o motor ao chassi)

- Examine os cabos isolados quanto ao estado do material isolante.


- Meça a densidade da solução em cada elemento da bateria usando um densímetro para bateria. Densidade 1,285 indica bateria bem carregada. Densidade 1,225 ou menor indica bateria descarregada, devendo ser carregada com carga lenta. Uma variação de 0,025 entre os elementos necessita de cuidados especiais.




- Verifique o nível das soluções que devem estar 1cm acima das placas internas da bateria. Se for necessário adicione água destilada.

- Verifique a carga da bateria com um voltímetro onde cada elemento deve medir 2,2 volts.

- Verifique se a bateria esta bem presa ao suporte e se o suporte esta bem fixado na carroceria.



- OBS: NUNCA ADICIONE ÁCIDO À BATERIA


- OBS: Quem usa bateria moderna do tipo selado que "não requer água" não precisa se preocupar em medir a densidade. Estas baterias livre de manutenção duram em torno de 3 anos e são simplemente substituidas quando o aranque começa a ficar fraco. Algumas baterias seladas (ex: Delco Freedom/Delphi) posuem um visor com uma esfera colorida que funciona como densímetro e indica a carga e condição da bateria.


2 - VELAS

- Retire os cabos de ignição

- Desaperte as velas uma ou duas voltas

- Limpe o exterior das velas e seus alojamentos no cabeçote com ar comprimido para evitar que sugeira entre nos cilindros.

- Retire as velas e deixe numa superficie na mesma ordem dos respectivos cilindros.

- Inspecione visualmente as velas para verificar se há sinais de carbonização, óleo, superaquecimento etc... Se alguma vela apresentar uma coloração ou depositos anormais pode significar algum problema no respectivo cilindro. Se as velas apresentam desgaste nos eletrodos, troque por velas novas.


- Limpe as velas com solvente e seque-os com jato de ar.



- Limpe a rosca com uma escova de aço.

- Com o aparelho de teste e limpeza de velas aplique o jato abrasivo seguido de jato de ar.

- Lime as superficies de ignição dos eletrodos.

- Calibre a folga dos eletrodos das velas com folga de 0,030" (0,76mm) .

- Faça um teste das velas usando o aparelho de teste

- Limpe todos os assentos da gaxeta e instale as velas, apertando primeiro manualmente e depois com chave de vela. O aperto final deve ser 26-30 lbs/pé (instale as velas somente depois de medir a compressão).



3 - TESTE DE COMPRESSÃO



A compressão dos cilindros indica o estado dos aneis do pistão e das válvulas de admissão e escapamento. A compressão é medido com um manômetro especial de máxima com as velas retiradas.

- Mantenha bem aberta a borboleta do carburador.

- Instale ou encoste o manômetro no orificio da vela como vemos na figura.

- Faça girar o motor pelo motor de partida usando um botão remoto de partida.

- Meça e anote a compressão de cada cilindro.

- Repita a operação, porem adicionando em cada cilindro, no momento da compressão uma colher de óleo para motor (de preferência SAE-30).

- Verifique a variação de pressão entre os cilindros. Todos os cilindros devem apresentar a mesma pressão sendo aceitável diferenças de até 10lbs/pol2 entre os cilindros. Variações de pressão maior que 10 lbs/pol2 pode indicar algum problema em um os mais cilindros. Pressão baixa pode indicar aneis e cilindros desgastados ou válvulas com vedação deficiente ou desregulados.

- Instale as velas após concluir as medições de pressão.


Compressão normal de cada cilindro 120 a 140 lbs/pol2
Compressão mínima de cada cilindro 115 lbs/pol2
Variação máxima entre cilindros 10 lbs/pol2



4 - FOLGA DAS VÁLVULAS


VÁLVULAS DE ADMISSÃO

As válvulas de admissão são reguladas, passando-se uma lamina de 0,018" (0,46mm) entre o balancim e a haste da válvula. Solte a porca-trava do parafuso de ajustagem e com uma chave de fenda, regule a folga. Em seguida aperte a porca trava .



Obs: as válvulas de admissão só podem ser reguladas depois que o cabeçote foi reapertado quente com torque de 60 a 70 lbs/pé. Para facilitar o giro manual do motor você pode deixar o motor sem as velas enquanto regula as válvulas.


- Retire a tampa dos balancins, no cabeçote.

- Gire manualmente o motor, deixando a válvula do cilindro no 6 toda aberta e regule a válvula do cilindro no 1.


- Com a válvula do cilindro no 5 toda aberta e regule a válvula do cilindro no 2.

- Com a válvula do cilindro no 4 toda aberta e regule a válvula do cilindro no 3.

- Com a válvula do cilindro no 3 toda aberta e regule a válvula do cilindro no 4.

- Com a válvula do cilindro no 2 toda aberta e regule a válvula do cilindro no 5.

- Com a válvula do cilindro no 1 toda aberta e regule a válvula do cilindro no 6.


- Coloque a junta da tampa dos balancins devidamente embebido em óleo.

- Instale a tampa dos balancins, coloque os borrachas anti-ruído com as arruelas e respecitvas porcas apertando com torque de 5 a 7 lbs/pé.


OBS: Alguns mecânicos conseguem regular as válvulas da Rural com o motor ligado em marcha lenta mas não recomendamos este procedimento.


VÁLVULAS DE ESCAPAMENTO

- Retire as duas tampas de válvulas na lateral do bloco do motor logo abaixo do coletor de escapamento. Pode ser necessário retirar o coletor de escapamento para facilitar o acesso às regulagens das válvulas.

- As válvulas de escapamento regulam-se pelo parafuso e porca de ajustagem, passando um lamina de 0,016" (0,41mm) entre a haste das válvulas e o parafuso de regulagem. A sequência para a regulagem das válvulas de escapamento é a mesma das válvulas de admissão. Aperte a porca trava após o ajuste de cada válvula.



- Coloque as tampas de válvulas (e coletores de escapamento) com juntas novas.



5 - DISTRIBUIDOR E PLATINADO

- Retire a tampa do distribuidor.

- Verifique se não há rachaduras na tampa. Verifique se não há desgaste excessivo no "carvão" central da tampa do distribuidor.



- Inspecione os terminais dos cabos e os cabos de velas. Troque cabos danificados.

- Examine o estado da escova rotativa (rotor)

- Faça o teste da capacidade do condensador que deve ser de 0,23 a 0,26 microfarads. Troque se necessário.

- Limpe os platinados com uma lima especial e assegure-se que assentam completamente. Troque se necessário.

- Meça a folga dos platinados. Coloque o platinado móvel no resalto do eixo de cames. Introduza uma lamina de 0,020" (0,51mm) na abertura dos platinados (fig.). Regula-se a folga, soltando-se o parafuso de fixação ( no 7) e ajustando-se com o parafuso de regulagem ( no 1). Depois de ajustado, aperte novamente o parafuso de fixação.

- Verifique a tensão da mola do platinado com uma balança. Com o platinado fechado, começe a puxar a balança. O platinado deverá abrir, mais ou menos 0,020" (0,51mm) quando a balança marcar 482 a 567 gramas (17 a 20 onças) .


OBS: Se o distribuidor for da marca Bosch então a folga correta do platinado é 0,014" (0,36mm)


- Verifique se há óleo no feltro do eixo de cames. Se estiver seco, coloque algumas gotas de óleo de motor com uma almotolia.

- Passe uma leve camada de graxa fina no sextavado do eixo de cames.

- Coloque a escova rotativa (rotor) e a tampa do distribuidor.



6 - PONTO DE IGNIÇÃO

- Desligue o tubo do avanço a vácuo.

- Instale a lampada de ponto sincronoscópica (estroboscópica), seguindo as instruções do fabricante.

- Ponha o motor a trabalhar em marcha lenta (600rpm).

- Aponte a lampada de ponto na polia do virabrequim e verifique se a seta esta marcando 5o antes do ponto morto alto na escala gravada na polia.



- Se as marcas não coincidirem, mova o distribuidor, girando a base para a direita ou para a esquerda, até obter a coincidência.

- Aperte o parafuso de fixação do distribuidor. Verifique novamente o ponto.

- Ligue o tubo do avanço a vácuo.



7 - CARBURADOR

- Verifique a pressão da bomba de gasolina com o manômetro apropriado (3,5 a 5,5 lbs/pol2 a 1.800rpm).

- Retire o filtro de ar.




- Retire o óleo sujo do depósito de sedimentação do filtro e lave o depósito com solvente. Mergulhe o elemento filtrante em solvente e agite bem para que fique limpo. Seque com jato de ar comprimido em sentido contrário ao funcionamento.

- Coloque óleo novo de motor (ex: SAE-30) no filtro até o nível indicado pela seta. Verifique a junta de vedação de borracha no filtro e substitua se estiver esponjoso. Não aperte demasiadamente a porca borboleta para não deformar a vedação.

- Retire o carburador soltando as duas porcas na base do carburador.




- Faça uma limpeza interna do carburador.

- Verifique se os gargulantes (giglês) estão desobstruidos.

- Regule a altura da boia.

- Monte o carburador e instale no motor com uma junta nova.

- Coloque o filtro de ar.

- Ligue o motor e deixe-o funcionando até atingir sua temperatura normal.

- Regule a marcha lent em 600rpm pelo parafuso de regulagem da borboleta de aceleração e pelo parafuso de dosagem da mistura (parafuso do ar).


Obs: A desmontagem e regulagem das partes internas do carburador requer conhecimento específico e ferramentas especiais. Consulte o capítulo de carburador no Manual do Mecânico Willys ou leve o carburador inteiro para uma oficina especializada em carburação para desmontagem e limpeza.

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REZUMO DAS ESPECIFICAÇÕES DE REGULAGEM MOTOR BF-161 ITEM ESPECIFICAÇÃO

Folga válvula de admissão 0,018" (0,46mm)

Folga válvulas de escapamento 0,016" (0,41mm)

Aperto dos parafusos do cabeçote 60 a 70 lbs/pé

Compressão normal de cada cilindro 120 a 140 lbs/pol2

Compressão mínima de cada cilindro 115 lbs/pol2

Variação máxima pressão de cada cilindro 10 lbs/pol2

Pressão da bomba de óleo 20 lbs/pol2 a 2.000rpm

Pressão máxima da bomba de óleo 30 a 40 lbs/pol2

Pressão de abertura da válvula reguladora de pressão 35 a 40 lbs/pol2

Pressão minima da bomba de óleo na marcha lenta 6 lbs/pol2 (luz acende com 5 lbs/pol2)

Pressão da bomba de gasolina 3,5 a 5,5 lbs/pol2 a 1.800rpm

Ordem de inflamação 1-5-3-6-2-4

Ponto de ignição 5o antes do ponto morto superior APMS

Avanço centrifugo do distribuidor 9o30' a 1.300rpm

Avanço a vácuo do distribuidor 6o a 14 polegadas de mercúrio

Abertura do platinado 0,020" (0,51mm) WAPSA ou 0,014" (0,36mm) Bosch

Diâmetro das velas 14mm

Tipo de vela Motorcraft B-AT6 ou similar

Abertura (folga) das velas 0,30" (0,76mm)

Torque de aperto das velas 26 a 30 lbs-pé

Tensão da mola do platinado 17 a 20 onças

Dwell (tempo que o platinado permanece fechado) 38o a 40o

Capacidade do condensador 0,23 a 0,26 Microfarads

Capacidade de água arefecimento 10,4 litros

Pressão do sistema de arefecimento 7 lbs/pol2

Temperatura em que o termostato começa a abrir 73oC

Temperatura de abertura máxima 87oC

Temperatura normal de funcionamento 80 a 90oC

Rotação de marcha lenta 600rpm


Obs: Vela equivalente disponível hoje (2002) no mercado: NGK B6-S


Depois de completar a regulagem, você pode aproveitar para verificar outros itens importantes do motor conforme esta lista:

- Troca do óleo e filtro

- Verificar condição e tensão da correia do alternador.

- Verificar a condição das mangueiras do radiador e trocar se apresentar rachaduras ou vazamentos

- Verificar vazamentos de óleo no filtro e nas mangueiras de óleo.

- Trocar a água do radiador e repor com mistura de água com 20% de aditivo etilenoglicol.

- Verficar a boa fixação do motor no chassi inspecionando os 3 coxins de borracha.

- Lubrificar as articulações do comando do acelerador.

- Verificar o funcionamento do afogador e regular o cabo do afogador caso necessário.

- Verifique o aperto de todos os parafusos do compartimento do motor.


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Fonte: Manual do Mecânico Willys MMW-01, Manuais do Proprietário Rural 66, Rural 69, Jeep 73.
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